sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Afinal, quantos anos você tem?

A gente cresce escutando uma repreendida dos adultos quando perguntamos a idade das pessoas. Dizem para a gente que é feio querer saber quantos anos as pessoas têm, que isso causa constrangimento, que falar sobre este assunto é coisa deselegante.

Pois bem, eu não vejo problema nenhum em falar da minha idade. Sim, fiz 40 no ano que passou e em agosto farei 41. Não sinto peso nenhum em meus ombros, não me sinto velha, não me sinto menina, me sinto experiente e cheia de coisas para contar sobre o que já vivi desta vida!

Sinceramente acredito que o problema maior está na idade em que você acaba atribuindo a si própria. Vou explicar melhor! Suas roupas, seu corpo, seus hábitos, suas manias, seus gostos, sua visão de mundo, sua capacidade de ver a si própria, vão acabar lhe destinando a algum caminho. Em alguns momentos você pode achar que deve comportar-se como uma pessoa madura, dura, séria e firme. Então para esta ocasião, acaba recorrendo ao velho tailleur, ao velho tubinho com scarpin ou mesmo ao terninho de oxford para ajudar a reforçar a imagem da austeridade que julga necessária apresentar. Acaba usando a roupa como máscara e através dela se sustenta na atitude que entende como pincelada naquele visual. 

Em outros momentos, acaba escondendo o que tem de belo, de seu, atrás de panos escuros, misteriosos e opacos - dignos de confundir qualquer julgamento ou mesmo de impermear você dos olhares mais curiosos: acaba camuflada em meio à multidão como mais uma.

Eu não faço uma crítica às roupas em si. Minha conversa é com a capacidade da gente mesma em ver a si própria com olhos de aceitação e segurança. Se o corpo é perfeito: sim na perfeição de que se vê como tal, se nos permite usufruir das funções mais vitais então sim, é um corpo que atende a completude que nos faz viver, então podemos nos dar ao luxo de usar a roupa que bem nos alegrar a alma.

Eu detesto escutar falas de pessoas que se posicionam em posturas críticas de comentar sobre o comprimento da saia da fulana ou mesmo sobre que sicrana não tem mais idade para usar tais modelitos. Penso que cada pessoa tem o direito de usar suas roupas com o mesmo prazer com que cuidam de si próprias como um todo. O que que eu tenho que ver se a menina que passou perto de mim está com um short curto demais ou cheio de brilhos para esta hora do dia? Sabe, eu mantenho minha posição de que a roupa é uma pele extra - além desta que fica por baixo dos panos. Deve ser confortável e adequada ao tipo de vida que cada mulher/pessoa leva. 

Mas o pano pode servir também de apelo para uma atenção de que se deseja obter da platéia. Pode servir como uma escapatória para aquilo que verdadeiramente sentimos mas não conseguimos mostrar ao mundo, então o melhor a fazer é esconder. Ou em caso contrário, fingir não dar importância ao mundo e vestir o que se quer pode estar atrelado a um desejo mais profundo de ser notado, ser percebido entre vários.

A idade não pode ser a referência para se determinar nada, pelo menos depois dos dezoito anos...Enquanto crianças, temos o limite do que se pode e do que não se pode fazer porque não temos idade ou passamos dela para algumas situações. Depois de maiores, já podemos beber cerveja em bares de gente grande, mesmo tendo nossos recém-feitinhos dezoito anos.

Para crescer tem idade, para envelhecer também, para sermos livres não! A gente pode escolher quantos anos quer ter. E não tem esta de que se está ficando velha demais para isto ou aquilo. Velha a gente tem que ficar para o sofrimento, para o preconceito, para tudo aquilo que nos faz sentir diminuídas. 

Amadurecer, ser feliz, se aceitar do jeito em que se é ou se faz ser é a chave do segredo! Podemos ser velhos com cinco anos de idade e podemos ser magnificamente jovens com quase cem! Tudo depende do olhar que colocamos como guia das nossas vidas. Ainda que o corpo não mais tenha a elasticidade de vinte ou trinta anos atrás, nossa alma não viu os anos passarem e está lá: linda e bela, com a mesma vivacidade do dia em que nascemos! Agora cabe a cada uma de nós, vestir a vida ou a idade. Eu opto por vestir a vida, roupa a gente compra em qualquer lugar, por qualquer preço!
Comentários
4 Comentários

4 comentários:

  1. Oi Kathleen .
    Obrigada pela visita.
    A idade pra muitas pessoas é um peso, eu adoro fazer anos, viver novos tempos, coisas novas,acho que só tem ficado melhor.
    Beijos

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    1. Eu também sempre fui tranquila em relação à idade...às vezes até paro para pensar se de fato tenho aquele número, pois na minha visão de mundo, até então, mulheres de 40 anos carregavam consigo outro ritmo de vida e caracteristicas: que eu nao tenho, rsrsrsrs . Adoro cada dia, amo cada ano e acho que sera assim ate o fim da minha vida! bjks, Deia! Volta sempre por aqui tb!

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  2. Seu texto me fez lembrar de um trecho do livro da Marília Gabriela, onde a Glória Maria fala do complexo que ela tem com a idade. Na entrevista ela fala que o único crime que seria capaz de cometer é adulterar a data de nascimento.

    Não tenho problemas com a idade, e para ser sincera acho isso besteira.

    A pessoa pode ter 80 anos e ser jovem espiritualmente e o inverso também ocorre. Conheço muita gente 30 anos de idade cronológica, que deve ter uns 120 em idade biológica.

    Tudo depende da maneira com que a pessoa encara a vida.

    Beijos.

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    1. Sabe Crys, eu às vezes acho que sou meio peixe fora d'água em relação ao que uma mulher da minha idade "deveria" ser...Eu não vivo a idade e sim o que acredito, o que gosto, o que me sinto bem. Não me preocupo com o número, mas sim com o que ainda posso vir a fazer! A convivência com os filhos faz a gente se renovar a cada dia e pra mim, mais do que cansaço pela rotina materna, eu tenho é energia pra ser mais e mais ativa e querer acompanhar até onde der, o espírito de frescor da minha ninhada! Acho que serei daquelas vovós que andam de roller, sabe? Mais ou menos por aí! bjks e volta sempre por aqui, tá!

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