quinta-feira, 13 de março de 2014

Sai pra lá! A festa é minha!

Se o assunto é festa, costumamos receber com alguma emoção o contexto que a cerca... Seja pensando em quem está fazendo uma festa, seja na gente enquanto participante do evento, seja no grupo de pessoas que estarão presentes, enfim, a palavra festa, sempre traz consigo algum tipo de movimento em nossas ideias e sentimentos - quaisquer que sejam ou possam estar associados.

Hoje meu filho mais velho trouxe o assunto "Festa de Aniversário" de uma colega de sala. No entanto, o assunto não se tratava de um convite, mas sim da inexistência do mesmo. Ele contou que além dele, outras pessoas também não foram convidadas para comemorar o aniversário da menina. Senti na voz dele o tom do não entendimento, da incompreensão por este incidente.

Ele referiu que se a festa fosse exclusiva para as meninas, ele entenderia e nem faria questão de estar presente. Acontece que entre as crianças da turma, o assunto de hoje foi planejar a ida na tal festa - a qual ele sequer tinha conhecimento de local ou horário, ou mesmo a idade que a menina está completando, porque não recebeu qualquer tipo de convite escrito, oral, por telefone ou o que fosse.

No primeiro momento, ao escutar o relato dele, meu coração apertou. Fiquei imaginando como poderia estar sentindo o coraçãozinho do meu menino que a esta altura da vida - tão recente iniciada vida no que se refere a um conceito mais social/racional/emocional... Confesso que fiquei com um certo desconforto, não ódio, não desprezo, mas incompreensão. A primeira pergunta que fiz a ele foi se acontecera algo desagradável entre eles, algum tipo de desentendimento, briga ou o que fosse. Meu filho disse que não, e ele próprio seguia sem saber porque ele e alguns outros colegas haviam sido excluídos.

Sinceramente eu não faria a menor questão de levá-lo em uma festa bem em dia de semana, véspera de dia de teste na escola. Mais ainda, não gosto da ideia de deixar e buscar em local de festa algum - considero meu filho ainda indefeso para ficar em ambientes/eventos nos quais não estejamos ou eu ou o pai presentes. Porém isso realmente depende de cada grupo familiar, e aqui em casa é assim que funciona...

Meu posicionamento como mãe é o de que aqui em casa, caso fôssemos fazer uma festa e a maioria dos convidados fosse os amigos e amigas da escola, os convites seriam distribuídos em sala: para o grupo todo. E se houvesse a restrição ou seleção de convidados, faríamos convites pelo telefone e pediríamos a discrição dos convidados justamente por se tratar de um número restrito enfim. Jamais eu sentiria tranquilidade em saber que uma festa minha(ou daqui de casa) estava sendo assunto para uns e fato desconhecido para outros.

Histórias com viés deste tipo, magoam, geram incertezas, inseguranças e até talvez inimizades. Lidar com sentimento de rejeição pode acontecer de forma suave ou dolorida, dependerá da estrutura emocional que a criança/adulto já possui construída internamente. Aqui em casa conversei com meu filho que uma festa é algo realmente pessoal - as pessoas não têm a menor obrigação de estender convites a quem não queira, isto é fato. Não questiono o direito ou vontade da aniversariante em relação ao seu seleto grupo de convidados, absolutamente. Questiono é a postura da família sobre este fato, sobre avaliar junto à filha se ela sentiria conforto e indiferença, caso acontecesse isso com ela: ser excluída. 

Socialmente estamos sujeitos o tempo todo a situações como esta. Nem sempre nos querem, nem sempre queremos. O que realmente vale em todo este conjunto de pensares, é que estamos preparando adultos de alguns anos aí pela frente. Temos preocupações com o que estão estudando, aprendendo, vivendo e cabe também fazer ganhar presença  um coração que se aqueça com bons sentimentos - emoções queridas, carinho, acolhimento, amizade e agregações.

É em casa, na família e no que propiciamos a nossos filhas e filhas que ganhará corpo este tal de caráter- figura esta que dinheiro, poder ou beleza são (feliz ou infelizmente) incapazes de comprar os de melhor espécie. E fica a critério de cada grupo, escolher qual legado pretende que os(as) seus(suas) perpetue pela vida a fora... 



Comentários
2 Comentários

2 comentários:

  1. Kathleen, demorei pra chegar aqui no seu blog, com tempo (como falta para as mamy tri, né?) para sapear e dou de cara com uma lição de casa (de vida, isso sim!) para os pais de hoje.
    Que experiência, vivência e compreensão uma criança tem para processar um acontecimento desse?
    "A inocência cruel das criancinhas" ganha força com o respaldo de pais que há muito perderam a inocência, porque que criança planeja e executa sua própria festa?
    Sorte do seu filho ter passado por isso com a mãe que tem, já pensou se fosse uma Kathleen barraqueira, fazendo o maior auê por causa disso, ele perderia um ensinamento de ouro, que até pode não ter sido totalmente compreendido mas, o tempo...ah! como gosto do tempo! trará todas as respostas.
    Dá um beijinho bem carinhoso nele, um abraço gostoso daquele que fala: não chore por isso, não vale a pena, eu estou aqui com você.
    Quanto à você: que jeito lindo de escrever, acho esse dom precioso...amo!
    É, acho que fiz uma melhor amiga daquelas!
    Beijo no coração! No seu e no dos seus três tesouros!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Claudia querida!!! Tu demorou para chegar e eu demorei para responder e agradecer! Muito obrigada pela visita e pelas passeadas que tu virás fazer no meu bloguinho! sinto que ganhei uma super amigona também! Quanto à festa, infelizmente tivemos que enfrentar a situação juntos. Não é fácil lidar com sentimentos de exclusão ou mesmo indiferença, nem adultos e tampouco crianças. Mas enfim, são coisas que aprendemos e que também, passamos aos nossos filhos o que realmente vale a pena em cada experiência vivida, o resto a gente põe pra reciclar mesmo! bjks e vou amar te ver por aqui, sempre que quiser! :)))

      Excluir

Pode escrever seu recadinho! Adoro visitas em meus posts!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Voltar ao topo