segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Da festa em que a vida abriu o caminho para a morte

  O post anterior eu terminei de escrever exatamente às 03:10 da madrugada deste dia 27 de janeiro de 2013. O assunto tratava justamente de morte, de uma triste fatalidade que acontecera com a gravidez de uma amiga querida. Não teria em nada a ver com a tragédia da boate de Santa Maria, RS, se não estivesse relacionado em essência do que eu abordei...

Estas coisas devem ter uma razão de ser... Eu nasci neste mundo com muita vontade de fazer o que eu pudesse para que as pessoas conseguissem viver em paz, sem conflitos familiares, sem anular suas próprias vontades, anseios e jeitos de viver para agradar os demais. Com isso, tenho me envolvido mais com diferentes situações de pessoas que estão atravessando passagens difíceis em suas vidas. 

Não tenho a menor pretensão de nada quando ajudo espontaneamente, de coração, com carinho e escuta. Ajudo, falo, manifesto meu cuidado porque acredito que isto faz a diferença quando nos sentimos sozinhos mesmo diante de uma multidão.

Na tragédia deste domingo, eu passei um dia inteiro meio fora da órbita. Eu fiquei imaginando quantas mães e quantos pais perderam seus filhos e filhas... Gente jovem, fazendo festa, comemorando, paquerando, descansando de uma semana atribulada, jurando ter encontrado o amor de sua vida, planejando a semana seguinte, organizando a vida pros próximos cinquenta anos...Tantos sonhos ali asfixiados juntos com tanta vida junto... 

Nos dias de hoje eu não mais ocupo o lugar da garota que vai festear e volta para casa cheia de histórias para fofocar com as amigas. Eu mudei de configuração e agora sou a mãe que está preparando crianças para seguirem sua juventude em paz, de preferência felizes e claro: para seus futuros... Então, diante dos fatos, algo dentro de mim arde e fica miudinho e muito apertadinho, pensando na dor das famílias de quem partiu...

Se por um lado muitos pais e mães se preocupam com a carreira que seus filhos e filhas têm que seguir, onde têm (têm que) trabalhar, com quem estão namorando, o que andam vestindo, que dormem até tarde, que não fazem nada do que foram ensinados, entre tantas outras preocupações (des)necessárias. Por outro, o que farão agora com o vazio da saudade? Da espera de quem não vem? Dos netos que sonhava ter? Da felicidade que não mais poderão ver o/a filho/a viver?

Quando a gente tem quinze anos, acha que pai e mãe regulam demais, dão dinheiro para festas de menos, estressam a gente com cuidados que consideramos excessivos... Quando a gente põe filhotes no mundo, queríamos dar a eles os supercuidados do inatingível, do inalcançável, da proteção de toda e qualquer coisa que pudesse perturbar o equilíbrio de paz deles...Por mais que a gente deseje que sejam independentes, autônomos, livres, queremos eles assim, ali juntinho do nosso peito - principalmente nos dias de chuva e de frio, aquecidos com nossos carinhos e cuidados...

Eu desejo do fundo do meu coração, que as famílias consigam trilhar suas vidas em muita paz. Que cada mãe e cada pai encontre conforto para a sua dor e consigam se prender aos mais lindos momentos que viveram com aqueles que partiram. Que a vida que segue, trilhe sobre uma estrada de paz e a cada dia vá se iluminado de muita força e coragem para todos que por aqui ficam e ainda têm suas missões para cumprir...

Segue meu abraço afetuoso, ainda que à distância e minha solidariedade e amor como mãe, parcerias para a paz de quem fica...
Comentários
8 Comentários

8 comentários:

  1. Lindo Post mamy! Que a nossa solidariedade chegue àqueles que tanto necessitam dela! #sad

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  2. É, passei o domingo assim... coração apertado. Minha filha tem 17 e não é fácil para o coração de mãe saber / imaginar todos os riscos aos quais estão expostos. E aí, ainda tem aqueles que ninguém pode imaginar. É duro - dureza para esses pais...

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  3. São coisa que acontecem e não conseguimos entender o porquê... o pior é que não sabemos o que fazer, só orar e pedir a Deus que suavize a dor de todos!!

    Beijocas

    www.vidabonita.om.br

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  4. Oi querida Kath! Cheguei aqui e já estacionei. Li seu texto e posso te afirmar que, tb naquele dia, tudo isso se passou na minha cabeça. Uma sensação de que o chão sumiu de nossos pés... Que Deus possa, de alguma forma, confortar aquelas vidas. Estarei sempre aqui viu?! Beijo grande
    Cantinho da Galega

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  5. Rachel, eu tenho esperança de que de alguma forma nossa solidariedade chegue até os corações de quem ficou...Triste tb... Bjks e obrigada pela visita! Sempre muito bem-vinda!!!

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  6. Marion, também fiquei sentindo algo enjoado, tenso, denso demais ao longo do dia...A cada dia que nossos pequenos vão crescendo, ao mesmo tempo que almejamos a independência deles, sentimos aquela aflição do que pode e não queremos que venha para eles...Às vezes dá vontade de abrir a asa e colocar todos os patinhos embaixo dela, só pra ter certeza de que sempre estarão com a gente por perto, enfim... Haja força para as famílias que ficaram...Obrigada pela visita e volta sempre que este blog aqui te quer muito bem! bjksss

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  7. Hilsa, infelizmente estamos neste mundo para o que der e vier... Claro que a gente sempre tende a desejar o melhor, o mais feliz, o mais lindo. Quando estas tristezas acontecem parece que voltamos à origem do questionar, do desejar respostas e explicações sobre a vida e a morte...Muito triste, o que podemos realmente fazer é solidarizar-mo-nos na dor deles e rezar para que quem ficou, consiga forças para continuar...Bjks e muito obrigada pela visita, volte sempre que quiser porque este blog é assim: aberto para quem quiser vir, bater um papinho e voltar sempre!

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  8. Dani, foi tudo muito triste não é? De repente uma gurizada ali se divertindo, na noite, saindo, comemorando. Entre a chegada e o fim da festa, o fim da vida...Muito sem explicação, muito sem compreensão..Obrigada pela visita querida e volta sim, sempre, ou como disseste: pode ficar por aqui! Bjks!

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