terça-feira, 28 de maio de 2013

Da fragilidade que a gente espera passar longe, mas acaba enfrentando sem querer e ainda assim, consegue transformá-la em força

Na noite desta segunda-feira, meu número três me fez passar por um susto imenso...
O dia de hoje já tinha sido mais devagar, porque o mais velho estava adoentado, meio febril e decidi que ele ficaria repousando em casa, ao invés de ir pra escola. Ok, a pequena seguiu a rotina dela e cá organizei os meninos.

A tarde seguiu tranquila. Mais velho devagar, mas quieto, sem dor, baixa febre. O caçula passou bem, brincou, se alimentou, tossiu um pouco mas esteve bem.

O pai hoje pegou a princesinha na escola, para dar um apoio no sentido de que eu não tirasse o primogênito de casa, deixasse ele descansar mesmo. Aceitei e já troquei de roupa por algo mais à vontade, já que não teria que sair na rua novamente até amanhã.

Foi então que enquanto eu estava no banheiro, meu pequenino tropeçou(ou tonteou, não sei) e começou a chorar fortemente e ao mesmo tempo se tremia todo. Quando parou de chorar, foi meio súbito que ficou com o olhar parado e com uma quase moleza no corpo.  Peguei ele em pé, sacudi e chamei pelo nome dele porque percebi que algo estava estranho. E ele começou a vomitar, não jatos, mas era um vômito que subia como a lava de um vulcão forte e contínua. 

Eu só pensei em não deixá-lo engolir o vômito, não se afogar, não engasgar. Bati nas costinhas dele, tentei fazê-lo reagir, e ele estava quase inerte, respirava mas o olhar era parado. Não chorava, não se segurava em mim, não pedia para descer do meu colo, não reagia, estava todo mole...

Eu liguei imediatamente para o pediatra deles, pedi socorro e a porcaria do telefone picotava a ligação e só escutei dele que eu fosse para uma emergência e depois retornasse a ligação dando notícias. A dupla dos maiores foi altamente ativa e queriam chamar ambulância, fazer algo para socorrer o nosso pequeno que estava em estado apavorante.

Trocamos de roupa - eu e Pedro porque estávamos vomitados, o maior porque já estava de pijama e a pequena só vestiu um casaco a jato. Eles amarraram sapatos, desligaram as lâmpadas que puderam e numa rapidez anormal estavam ali prontos para sairmos porta  a fora .Conseguiram avisar o pai, que veio da aula voando para a casa, para nos levar até a clínica.

A espera parecia infindável e eu só tentava conter que o pequeno não adormecesse - sei lá se dormir seria o mais indicado naquele momento... Chegamos na clínica em torno de uns 50 minutos depois do ocorrido. 

Ele foi examinado, chorou muito assim que olhou pro jaleco branco do médico e fez RX de crânio. Não houve fratura, não houve sinal de hemorragia intra-craniana e  tampouco ele estava apresentando qualquer indício de algum tipo de lesão mais grave.

Eu nunca vivi antes esta sensação de fuga do chão dos meus pés. Tive medo de perder meu filho ali, assim, do nada...Meu coração desabou, minha vida travou e em alguns instantes acho que eu morri com o medo de que meu filho partisse em meus braços.

Ao sair da avaliação, Pedro dormiu. Não desgrudei dele nem por um segundo e fiz a imprudência de trazê-lo dormindo em meu colo no carro até em casa. Como que eu poderia soltar do meu pequeno ser tão frágil, tão indefeso e assim, ao mesmo tempo tão guerreiro?

Ele acordou ao chegarmos em casa, ofereci líquido: suco, água, yakult. Os médicos liberaram ele pra vida normal, inclusive alimentação. Foi que ele comeu um pedacinho de queijo. Não demorou dez minutos e ele vomitou mais uma vez. Porém agora, acredito que tenha sido mais pelo fato de o estômago ter estado vazio, perdeu almoço, lanche e tudo nos episódios anteriores...Corri com ele para o banho, ele relaxou e agora: 01:15 de terça-feira ele dorme em paz.

Desabafei aqui a explosão de desespero que vivi esta noite, o medo de perder uma vida  e ao mesmo tempo de sentir nos meus outros filhotes a força em me ajudar, me amparar e tomar atitudes maduras, dignas de guerreiros lutando pelo conjunto, por seu bando.

Espero que meu pequeno esteja passando por uma porcaria destas de virose e que tudo tenha sido um conjunto de coincidências: a pancada, o vômito, a apatia. E o que fica de muito forte é que a gente tem que conseguir pensar na ação de forma racional, diante do pior desespero e não se deixar invadir pelo pânico porque ele nos amarra mãos, pés e pensamentos.

Mãe deveria nascer blindada de fábrica, para poder enfrentar certas situações as quais a gente nunca deveria passar com os filhos e filhas... Cá estou, relatando um fato e dizendo para mim mesma que felizmente está tudo bem e cá estamos, em casa, unidos, bem.

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